Certa vez colocaram, diante de um otimista, de um pessimista e de um engenheiro, um só copo, com água pela metade. Perguntaram o que eles enxergavam naquele copo e os três, respectivamente, disseram: “um copo meio cheio”; “um copo meio vazio”; “um copo mal projetado”.
Ambos os otimistas e pessimistas se entreolharam e, confusos, perguntaram porque o engenheiro havia ido tão fundo naquela questão. “Simples” – ele disse – “o copo foi projetado para suportar o dobro de água e, no entanto, ocupa apenas metade da sua capacidade”.
Talvez seja por isso que dizem que o engenheiro é um bicho frio e calculista. Tendemos a não enxergar o lado existencial das coisas, pelo menos profissionalmente. Nossa cabeça é cheia de fórmulas e cálculos matemáticos. E tudo é muito meticuloso e preciso. Dá para não ser?
Um erro bobo e tudo vem abaixo. Anos de dedicação, pilhas de dinheiro investido. Não dá. Se a emoção nos sugere uma solução de menor impacto ambiental, por exemplo, isso pode representar um reprojeto ou, a inviabilidade dele. E se é inviável, bem…
Mas será que é viável toda essa lógica para todas as nossas ações? Será que o copo pela metade não tem outras implicações, como o desperdício de matéria-prima? Não sei, mas já estive nos dois lados do ser engenheiro e posso divagar sobre as vantagens e desvantagens de ambos.
Você ainda é jovem e provavelmente tem a cabeça voltada para crescer na profissão e se estabelecer financeiramente, é justo. Mas depois disso o que vem? Você espera o que da próxima etapa? Talvez seja prudente ponderar bem sobre o copo que está projetando.
Construir um copo sólido e cheio pode até parecer trabalhoso no início, mas, cortar um copo pronto, também pode reduzi-lo a cacos e eu … bem … amanhã é sexta e eu simplesmente prefiro meu copo intacto!