“A engenharia do futuro”, será?

Há algumas semanas, encontrei um grande amigo da época que cursava engenharia na Universidade Federal do Alagoas. Junto a ele, tinha um jovem rapaz. Ao cumprimentá-los, perguntei quem era e meu amigo me disse que era o seu neto mais velho.

Pois é, confesso que fiquei surpreso com o tamanho do rapaz, já que fazia muito tempo que não nos víamos. Inclusive, enfatizo que, até aquele momento, acreditava que todos os antigos amigos tinham “netinhos”, não um rapagão como o dele.

Conversa vai e conversa vem, comecei a dialogar, também, com o garoto. Envolvidos em um bate-papo tão bacana, ele me disse que estava no último ano do ensino médio. Então, eu o questionei sobre qual a profissão que gostaria de seguir.

Sem relutar, ele respondeu: engenharia!

Naquele momento vi o sorrisão do avô, todo orgulhoso, pois o garoto certamente tinha se espelhado na profissão do avô.

Então, perguntei: “Qual engenharia? Civil como a do seu avô?”

Pelo olhar do meu amigo, tinha a certeza que ele queria muito que o neto dissesse “sim”, contudo, não foi isso que o jovem relatou. Pelo contrário, o rapaz disse que ainda não tinha decidido, mas que após a feira de profissões – que aconteceria em breve – ele com certeza se decidiria.

Percebi o olhar de desapontamento do avô, mas, mesmo assim, ele falou: “- Nos últimos tempos são tantas opções, não é?! Tenho certeza que ele se identificará com alguma. Vou apoiá-lo em qualquer decisão tomada.”

Muito felizes, avô e neto foram embora e eu fiquei refletindo sobre toda essa conversa. Realmente os tempos mudaram muito.

Na época que ingressei na Universidade, na década de 70, não eram tantas opções de engenharia como temos hoje em dia. Atualmente, por mais que a crise tenha afetado nossa área, as opções de engenharia têm aumentado.

Fazia todo o sentido o rapaz – assim como inúmeros jovens – ter tantas dúvidas em relação a área a ser seguida e, diante disso, valorizarem tanto feiras que têm como objetivo mostrar mais aspectos das profissões.

Realmente, a promoção dessas feiras são importantíssimas na vida de todos os jovens.

Pensando nessa dúvida que muitos jovens têm, me deparei, há alguns dias, com uma notícia que revelava sobre a proposta, promovida por uma universidade brasileira, de um novo curso de engenharia: a Engenharia da Complexidade!

Segundo a notícia divulgada pela Exame, esse curso é inédito e promete formar “[…] engenheiros do futuro: um profissional capaz de propor soluções em ambientes de alta complexidade.”

De acordo com a proposta do curso, essa engenharia focará na integração de conhecimentos de diversas áreas das outras engenharias e da ciência. Além disso, segundo o professor Laerte Idal Sznelwar, o intuito dessa engenharia não é de forma nenhuma substituir nenhuma engenharia, mas sim acrescentar.

Qual a sua opinião sobre essa proposta?

Um abraço,

Ronaldo Patriota.