Ainda sobre os erros da engenharia e como isso nos afeta, lembrei da Torre de Pisa que, para mim, é a maior homenagem à má engenharia que o mundo já produziu. Mas não a repudio ou desprezo, não! Pelo contrário, é uma belíssima obra e tem todos os seus méritos, exceto pelo mais famoso: a fundição.
A grande torre que tinha, em seu projeto, o único propósito de ser o campanário da catedral de Pisa, acabou por colocar sua cidade no mapa do turismo mediterrâneo, para pura contemplação e deleite visual dos turistas, pode?
Pode, ué! A grande torre nasceu para tocar a escala musical com seus sete sinos e hoje escora virtualmente milhares de curiosos que fingem evitar que a dita tombe mais. Acho graça! E acho, porque penso no engenheiro fulo da vida com a torre começando a tombar ainda prematura, depois do 5º ano de construção. Quem é que não ficaria? Ele não podia prever o futuro…
Fato é que, entre interrupções e soluções, a obra finalmente foi concluída, quase 200 anos depois e, hoje, com quase 850 anos de vida, a Torre de Piza é, certamente, um dos mais emblemáticos monumentos do mundo moderno. Reinventada e cultuada pela sua fatalidade.
Uma sorte que você provavelmente não terá ou, pelo menos, que não gostaria de arriscar seu nome. Acho até que o grande campanário pisano deveria estampar a parede de cada engenheiro e curso de engenharia no mundo.
Não para que o profissional pense de que se dá jeito em tudo, mas, justamente para escancarar a improbabilidade disso acontecer outra vez e, para que ele não espere jamais, que visitantes de todos os continentes atravessem os oceanos apenas para celebrar seus erros de cálculos.
Concentração jovens, que amanhã já é sexta e a vida não é apenas os finais de semana!