Mãos à Obra!

Tenho estado atento, nos últimos tempos, ao perfil da nova safra de profissionais que vêm da faculdade de engenharia sedentos por seu lugar ao sol. É revigorante ver tanta gente nova, de cabeça, disposição, saúde e ideias e, de quebra, toda essa gente se desdobrando para crescer.

Confesso que perceber essa vitalidade transbordante quase me coloca alheio a todas as dificuldades que essa nossa belíssima profissão tem enfrentado. Não parem agora jovens, essa força, que modéstia à parte, nunca nos faltou, é a ferramenta certa para reverter o cenário de desconfiança que vem assolando nossos esforços ao longo dos últimos anos.

Só que aí tem outro lado. O lado de alguns certos profissionais que, na contramão da humildade que se faz necessária em um momento tão delicado, se portam como verdadeiros filhos de faraós e exigem o mínimo de esforço pelo máximo de reconhecimento. Era só o que me faltava!

Dê só uma olhadinha para o lado, jovem. O trabalho que você rejeita, ou porque é muito pesado ou porque não paga bem, está sendo assumido e executado com primor por algum colega seu que, certamente, frequentou e fechou as aulas de “trabalho duro”.

E aí, o que fazer?

Mãos à obra, jovem! O tempo de se valer do pai influente ou da família tradicional já foi. Agora o engenheiro precisa mostrar a que veio e conquistar seu espaço em um mercado saturado e altamente prejudicado pela crise. Não dá mais para levar a vida na flauta. Ou talvez dê.

Mas a que custo. A vida é curta demais para não fazer valer a pena, não acha? Temos muitíssimo pouco tempo disponível para fazer a diferença e é bom aproveitar cada segundo.

Só não pense que digo que, faço aqui apologia e vista grossa à exploração da mão de obra jovem. Pelo contrário, quero mais é que você prove seu valor. Faço apenas o alerta para você não tentar impor um valor que ainda nem teve tempo de apresentar.

Estão te dando espaço, aproveite para conquistar. O valor é consequência do trabalho e, como já dizia meu pai, o trabalho ninguém vence.