As pessoas morrem de medo de conhecerem a si mesmas. Temem, sei lá, que suas fraquezas as enfraqueçam ainda mais, acreditando cegamente na máxima da “benção da ignorância”. Como se, não sabendo o que está se passando, fizesse com que o problema simplesmente não existisse.
O que evidentemente não está certo. Sun Tzu disse, entre outras coisas, em seu “A Arte da Guerra”, que uma das formas mais eficientes de lidar com qualquer inimigo é conhecendo a si. O que você sabe sobre você? Sabe tudo o que precisa ou apenas o que acha que precisa saber?
Pergunto porque há pouco me lembrei de uma grande amiga que um dia veio a mim para desabafar sua desolação diante de um diagnóstico de câncer. Ela estava arrasada e, sabendo que eu havia passado por uma situação parecida, queria alguns conselhos.
Eu recomendei que procurasse uma boa terapeuta, pois isso foi o que mais me ajudou no meu caso. Descobrir quem eu sou e qual o meu papel no mundo foi esclarecedor. Um renascimento, digo sem exageros! A surpresa foi que ela não gostou nada da ideia e refutou-a de início.
Tentei entrar em detalhes, mas ela apenas insistiu que terapia não era para ela e que já estava bastante preparada para o desgaste do tratamento. Achei naquele momento que poderia assustá-la ainda mais se persistisse no convite.
Foi necessária muita conversa franca entre ela, seu marido e eu, até que ela se convencesse dos benefícios do autoconhecimento. E ela foi se conhecer. Hoje ela está muito melhor do que na época do diagnóstico.
Mas desde então penso sobre o quanto o ser humano é frágil e inseguro. Nós, que deveríamos ser a fortaleza de nós mesmos, acabamos às vezes nos tornando nossos piores inimigos. E por quê? O que será que tanto tememos encontrar dentro de nós mesmos?
E você, sabe tudo sobre si? Ou pelo menos se esforça em descobrir? E gosta do que sabe? Eu sugiro que goste, já que esse é um dos alicerces do sucesso que, com certeza, está entre seus objetivos de vida e isso não é nenhum segredo. Estou certo?