E essas obras que mais parecem ter saído de estudos alienígenas? Você já deve ter visto. Prédios que desafiam as leis da gravidade e da compreensão humana. Todas aquelas pontas em mil direções; arranha-céus que realmente arranham o céu; construções subaquáticas que atravessam países para aproximar populações distantes.
Não julgo. Admiro, inclusive, os caminhos não convencionais que alguns dos nossos colegas escolhem para traçar sua história. Sabe, a reinvenção sempre foi algo que me motivou. Toda vez que eu descubro algo novo na engenharia eu penso no quanto aquele sujeito investiu em tempo, criatividade e coragem para, no fim, simplesmente mostrar que nossa profissão não é feita apenas de tijolos e telhas.
Eu mesmo já tive minha dose de invencionices que quebraram seus paradigmas (das as proporções). E não fazemos muito, não é? São apenas cálculos e eles são precisos. Que fazem não muito, senão, gerar incalculáveis monumentos à exatidão matemática. Tremendo prazer.
Quando eu era mais jovem e não havia tanta tecnologia, eu tinha um instrumento que adorava. Era uma régua lúdica, grande e retangular, que tinha uma infinidade de formas geométricas dentro. Muitas vezes ela quebrava um galho e tanto.
Toda vez que eu estava entediado ou tenso com um projeto. Ficava pensando que alguém, algum dia, empilharia todas aquelas formas em um projeto e levantaria um grande prédio geométrico. De alguma maneira isso já aconteceu faz tempo e, hoje, a engenharia não tem limites.
Tem coisa mais inspiradora, aliás, que descobrir naquilo que é o seu ofício, uma fonte inesgotável de possibilidades? Somos artistas, criançada, à nossa precisa e calculada maneira é isso que somos. Ilimitados. Você talvez ainda não saiba disso. Talvez pense que perdi o juízo.
Então me diga: Qual o seu limite? O impossível? Não sei, mas, pelo que vejo, ele foi ultrapassado e já tem um tempo…